By 13 de setembro

Soja e milho puxaram o resultado, com altas de produção acima de 15%. Colheita de arroz caiu e feijão perdeu área de plantio.

A safra brasileira de grãos atingiu mais um recorde ao registrar uma colheita de 322,8 milhões de toneladas, alta de 18,4% em relação à temporada passada, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal do Ministério da Agricultura que gere políticas de abastecimento interno.

O ciclo de plantio e colheita de grãos no Brasil se inicia em Setembro de um ano e vai até Agosto do ano seguinte.

O volume recorde é reflexo de um aumento na área plantada e de uma alta na produtividade quando os agricultores conseguem colher uma maior quantidade de grãos em um mesmo espaço de terra.

Os destaques na produção ficaram com a soja e o milho.

A colheita de soja, por exemplo, bateu um novo recorde, com 154,6 milhões de toneladas colhidas, um avanço de 23,2%, em relação à temporada anterior. Isso ocorreu devido à uma recuperação de produtividade em Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Nesta temporada, os efeitos do La Niña se concentraram no estado gaúcho, mas, ainda assim, em menor escala que no ciclo anterior. Já nos demais estados, o clima se mostrou bastante favorável, mesmo com alguns atrasos verificados no período da semeadura e da colheita”, analisa o gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos.

Para o milho também é esperada a maior colheita já registrada na série histórica. No somatório das 3 safras do cereal, a produção deverá chegar a 131,9 milhões de toneladas, avanço de 16,6% em relação ao ciclo anterior.

Dois alimentos básicos na mesa dos brasileiros, o arroz e o feijão vêm perdendo espaço para a soja e o milho, culturas que são mais rentáveis por serem voltadas para a exportação (ou seja, o produtor recebe em dólar).

Apesar de ter tido uma melhora na produtividade, o arroz sofreu uma queda de 7% em sua produção, resultando numa colheita total de 10,033 milhões de toneladas.

O destaque ficou com as principais regiões produtoras do Rio Grande do Sul, ainda que algumas tenham sofrido com a falta de chuvas, que acaba reduzindo o armazenamento da água do solo e de reservatórios.

A produção de feijão, por sua vez, somou 3.040 milhões de toneladas, uma alta de 1,7% em relação à temporada anterior. A colheita foi finalizada ainda em maio, apresentando, de maneira geral, um ciclo produtivo satisfatório, mesmo com a redução na área plantada em comparação a 2021/22.

Nos principais estados produtores desse período, que são Paraná, Minas Gerais e Bahia, houve boas condições climáticas durante as fases mais críticas da evolução da cultura, permitindo alcançar um rendimento médio superior ao da temporada anterior. Apesar disso, a área plantada caiu 5,8%.

 

Fonte: G1